Geddel é levado em carro da PF após pedido de prisão preventiva do Ministério Público Federal
Ex-ministro estava no prédio em que cumpria prisão domiciliar, em Salvador. Na terça-feira (6), agentes encontraram R$ 51 milhões em outro imóvel que seria utilizado por ele.
ex-ministro Geddel Vieira Lima, do PMDB, deixou na manhã desta sexta-feira (8) o prédio em que vivia, em Salvador, levado pela Polícia Federal, após um pedido de prisão preventiva feito pelo Ministério Público Federal.
Geddel deixou o prédio pouco antes das 7h, no banco de trás de uma
viatura da PF. Sete agentes e dois carros da PF chegaram ao prédio pouco
antes. Segundo a TV Bahia (afiliada da Rede Globo), um vendedor
ambulante, que estava na região, foi levado para dentro do condomínio,
possivelmente para servir de testemunha.
Fortuna em outro imóvel
Na terça-feira (5), a PF apreendeu R$ 51 milhões em um apartamento que
seria utilizado por Geddel em Salvador. O dono do imóvel afirmou à PF
que havia emprestado o imóvel ao ex-ministro para que ele guardasse
pertences do pai, que morreu no ano passado.
Segundo o jornal "O Globo", a PF reuniu 4 provas que reforçam a ligação Geddel com o dinheiro.
As impressões digitais de Geddel foram encontradas no próprio dinheiro,
uma outra testemunha confirmou que o espaço tinha sido cedido ao
ex-ministro, e uma segunda pessoa é suspeita de ajudar Geddel na
destinação das caixas e das malas de dinheiro. Além disso, a PF
identificou risco de fuga, depois da divulgação da apreensão do
dinheiro.
A apreensão do dinheiro é um desdobramento da Operação Cui Bono, que
investiga fraudes na liberação de créditos da Caixa Econômica Federal.
De acordo com o MPF, entre 2011 e 2013, Geddel agia para beneficiar
empresas com liberações de créditos e fornecia informações privilegiadas
para os outros membros da quadrilha que integrava.
O ex-ministro virou réu em agosto em uma ação na Justiça Federal em
Brasília por obstrução de justiça. Ele é acusado de tentar atrapalhar as
investigações. Em nota divulgada após a decisão da Justiça, a defesa de
Geddel rechaçou as acusações, a aque chamou de "fruto de verdadeiro
devaneio e excesso acusatório".
A defesa do ex-ministro não se manifestou sobre os R$ 51 milhões.
Ex-minisitro de Lula e Temer
Geddel Vieira Lima (PMDB-BA) deixou o cargo de ministro da Secretaria
de Governo em novembro de 2016. Ele foi acusado pelo ex-ministro da
Cultura Marcelo Calero de tê-lo pressionado para liberar uma obra na
Ladeira da Barra, áre nobre de Salvador. Geddel era um dos principais
responsáveis pela articulação política do governo Temer com deputados e
senadores. Ele ficou no cargo por seis meses.
O peemedebista também foi ministro da Integração Nacional do governo
Lula, entre 2007 e 2010, depois de ter sido crítico ferrenho do primeiro
mandato do petista e defensor do governo Fernando Henrique Cardoso
(PSDB). No ministério, encampou a transposição do Rio São Francisco, que
prometeu efetivar em seu mandato.
Atuou como vice-presidente de Pessoa Jurídica na Caixa entre 2011 e
2013, cargo do qual chegou a pedir exoneração pelo Twitter à então
presidente Dilma Rousseff, pela possibilidade de concorrer nas eleições
seguintes. Quem o convidou para o cargo foi Michel Temer. Foi derrotado
por Otto Alencar (PSD) na eleição ao Senado.
Formado em administração de empresas pela Universidade de Brasília, é
natural de Salvador, onde foi assessor da Casa Civil da Prefeitura entre
1988 e 1989. Em 1990, filiou-se ao PMDB, partido pelo qual foi eleito
cinco vezes deputado federal
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